Como as florestas cultivadas estão construindo o caminho para um futuro circular
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Embaixador José Carlos da Fonseca Jr.*
Tem sido exponencialmente crescente o movimento na sociedade por um mundo mais sustentável. Com o avanço da pandemia Covid-19, esse processo ganhou ainda mais velocidade e o tema sustentabilidade, antes ainda tratado como assunto lateral, passou a ser agenda central de nações, de consumidores, de corporações. A Alemanha destacou-se em 2020, quando Angela Merkel decretou que a retomada econômica no pós-pandemia deve ser verde. O Green Deal, pactuado pela União Europeia, propõe chegar à neutralidade de carbono até 2050. Nos Estados Unidos, Joe Biden mantém a mesma plataforma de prioridade ao clima. A China, por sua vez, anunciou na Assembleia Geral das Nações Unidas que irá zerar as emissões líquidas de CO2 até 2060.
Nesse contexto, o setor de árvores cultivadas brasileiro tem sido um farol que ilumina o caminho para uma verdadeira economia de baixo carbono no país. Trata-se de uma agroindústria que está presente no dia a dia de todos, por meio de produtos indispensáveis como embalagens de papel, papel higiênico, lenços, fraldas, pisos laminados, painéis de madeira, entre outros. O que torna esta indústria tão especial é o zelo com a natureza desde o início da cadeia.
Nosso setor atua há anos dentro do conceito da bioeconomia. O setor planta, colhe e replanta, comumente em áreas antes degradadas. Ao mesmo tempo em que cultiva para fins comerciais – atualmente são nove milhões de hectares – mantém 5,9 milhões de hectares na conservação de florestas nativas, uma área maior que o Estado do Rio de Janeiro. Juntas, estas florestas removem e estocam 4,48 bilhões de CO2eq, auxiliando no combate às mudanças climáticas.
O manejo sustentável no campo auxilia na qualidade do solo, na regulação dos fluxos hídricos e na preservação da biodiversidade. Essas práticas sustentáveis reconhecidas nos mais altos padrões internacionais, como o FSC (Forest Stewardship Council) e o PEFC/CERFLOR. Trata-se de alguns dos mais respeitados sistemas de certificação do mundo, que atestam o trabalho correto das companhias do setor. Isto confere rastreabilidade ao setor.
Junto a isto, as companhias têm realizado investimentos para mitigar seus impactos. A energia é um case de sucesso, uma vez que o setor gera quase a totalidade daquilo que consome em suas unidades fabris. Desta geração, 90% vem de energia limpa.
O resultado do empenho desta agroindústria está dentro da casa de todos, por meio de produtos de origem renovável, biodegradáveis, de fato, e recicláveis. O setor manifesta seu papel crucial com o futuro sustentável do planeta, cumprindo seu compromisso de entregar soluções mais verdes, desde a semente até o cliente.
* Embaixador José Carlos da Fonseca Jr. é diretor executivo da Ibá
How forestry is paving the way for a circular future
Ambassador José Carlos da Fonseca Jr.*
The movement in society for a more sustainable world has been exponentially growing. With the advancement of the Covid-19 pandemic, this process gained even more speed and the sustainability theme, previously treated as a side issue, became a central agenda for nations, consumers, and corporations. Germany stood out in 2020, when Angela Merkel decreed that the post-pandemic economic recovery should be green. The Green Deal, agreed by the European Union, proposes to achieve carbon neutrality by 2050. In the United States, Joe Biden maintains the same priority platform for climate. China, for its part, announced at the United Nations General Assembly that it will zero net CO2 emissions by 2060.
In this context, the Brazilian forestry sector has been a beacon of the path to a true low-carbon economy in the country. It is an agribusiness that is present in everyone's daily life, through indispensable products such as paper packaging, toilet paper, tissue, diapers, laminate floors, wooden panels, among others. What makes this industry so special is the care for nature right from the beginning of the chain.
Our sector has been operating for years within the concept of bioeconomics. The sector plants, harvests and replants, commonly in previously degraded areas. While cultivating for commercial purposes — currently there are nine million hectares — it maintains 5.9 million hectares in the conservation of native forests, an area larger than the State of Rio de Janeiro. Together, these forests remove and store 4.48 billion CO2eq, helping to fight climate change.
Sustainable management in the forest assists in soil quality, in the regulation of water flows and in the preservation of biodiversity. These sustainable practices are recognized in the highest international standards, such as the FSC (Forest Stewardship Council) and PEFC / CERFLOR. These are some of the most respected certification systems in the world, which attest to the correct work of companies in the sector. This gives traceability to the sector.
Along with this, companies have made investments to mitigate their impacts. Energy is a case of success, since the sector generates almost all of what it consumes in its plants. Of this generation, 90% comes from clean energy.
The result of this industry's commitment is within everyone's homes, through products of renewable origin, biodegradable, in fact, and recyclable. The sector manifests its crucial role with the sustainable future of the planet, fulfilling its commitment to deliver greener solutions, from the seed to the customer.
*Ambassador José Carlos da Fonseca Jr. is executive director of Ibá